A Roda do Ano
Na Velha religião encontramos os sabbats, que marcam na Roda do Ano, os oito pontos aos quais ligamos os ciclos interno e externo, os interstícios onde o sazonal, o celestial, o comunal, o criativo e o pessoal se encontram . Inverno, primavera, verão e outono ( nascimento, crescimento, decadência e morte ), onde a roda gira, continuamente! Ideias nascem; projetos são realizados; planos mostram-se impraticáveis e morrem. Apaixonamo-nos, sofremos perdas, encerramos relacionamentos, damos à luz, ficamos velhos; decaímos.
Mas não estamos isolados um dos outros, do mundo mais amplo que nos circunda; estamos unidos à deusa, ao Deus. Quando uma estação muda, despertamos o poder interior, o poder para a cura, o poder para transformar nossa sociedade, o poder para renovar a Terra.
Sendo assim, encontramos oito festividades muito importantes para nós Bruxas, onde celebramos com rituais bem específicos e explicados de muitos modos ( uma vez que não nos prendemos à nenhuma regra ). Procurei neste texto, simplificar ao máximo, para quem acompanha os estudos aqui expostos todos os domingos.
Vamos então conhecer um pouco destas festividades e suas datas nos diferentes hemisférios ( norte e sul ).
Yule
Trata-se do solstício de inverno, celebrado no primeiro dia de inverno ( mais ou menos no dia 21 de junho no hemisfério sul e 21 de dezembro no hemisfério norte.
O altar é tradicionalmente decorado com visco e azevinho. Uma fogueira de raízes de carvalho é preparada, e acesa no decorrer do ritual.
Se trata da noite mais longa do ano, o fôlego que a natureza se dá, é quando tudo nela fica em suspenso, todos aguardam a chegada do amanhecer, enquanto dentro do caldeirão , o Rei da Escuridão é transformado em Criança de Luz, quando a Grande Mãe dará à luz novamente à divina Criança do Sol, que é portador da esperança e a promessa de verão.
Imbolc
Festa dedicada à Brigid ( Deusa do fogo e da inspiração, na Irlanda, a Deusa tríplice da poesia, da ferraria ). É celebrada em 12 de agosto no hemisfério sul e 02 de fevereiro no hemisfério norte.
Durante o ritual, o caldeirão é enchido de terra, velas são necessárias ( uma para cada um dos membros do coven e outra que será acesa no meio do caldeirão ). É a festa da luz que cresce.
Aquilo que nasceu durante o solstício , começa a se manifestar em todos nós, que fomos parteiros do ano novo, agora presenciamos o Filho do Sol crescer com vitalidade, à medida em que os dias tornam-se visivelmente mais longos. Este é o tempo da individualização, onde cada um de nós acende sua própria luz e nos tornamos só nós mesmos. É a época das iniciações, dos começos, das sementes que, posteriormente, serão brotos e crescerão!
Eostar
Equinócio da primavera, é celebrado no primeiro dia da primavera, aproximadamente dia 31 de outubro ( em antigos calendários ), no hemisfério sul e entre dias 20 e 23 de março no hemisfério norte.
O altar é decorado com flores da estação. Inclui-se os elementos certos em cada um dos quatro pontos cardeais: terra no norte, incenso no leste, fogo ao sul, água à oeste.
Esta é a época do retorno da primavera, tempo de alegria, o tempo da semente, quando a vida brota da terra e as correntes do inverno são rompidas. Luz e escuridão são iguais; é um tempo de equilíbrio, quando todos os elementos dentro de nós devem ser conduzidos para uma nova harmonia. O Príncipe do Sol estende sua mão e Kore, a Princesa da Escuridão, retorna a terra dos mortos com o doce aroma do desejo em seu hálito. Onde eles pisam, flores silvestres aparecem, quando dançam, o desespero torna-se esperança; a tristeza, alegria; a necessidade, abundância. É quando desejamos que nosso coração se abra como as flores da primavera, abençoada que é!
Beltane
Celebrado em 31 de outubro no hemisfério sul e no dia 01 de março no hemisfério norte. Uma antiga festa celta, faz parte das festividades da primavera, onde um pau-de-fita, coroado de flores e com faixas multicoloridas penduradas ( usadas numa dança cósmica em circulo transando as fitas ao som de um cântico que começa suave e vai ganhando mais ritmo ao longo do trançado, muito bonito de se ver ). É montado ao ar livre.
Frutas, flores, pães redondos, biscoitos e roscas são pendurados em arbustos e galhos de árvores. Uma fogueira é montada ao sul, dentro dos limites do círculo e leite misturado ao mel é ofertado aos Deuses.
Este é o tempo no qual o doce desejo se casa com o prazer selvagem. A Donzela da Primavera e o Senhor do Ano Crescente, encontram-se nos campos verdejantes e se comprazem sob o sol típico. O bastão da vida está entrelaçado na tela espiral e toda a natureza é renovada. Encontramo-nos no período do florescimento para a dança da vida!
Litha
Solstício do verão, é celebrado entre os dias 20 e 23 de junho no hemisfério norte e dias 20 e 23 de dezembro no hemisfério sul. O altar e o círculo são decorados com rosas e outras flores da estação. Uma fogueira é acesa no centro do círculo. O sacerdote carrega uma figura do Deus feita com pedaços de pau entrelaçados. Um pão cuidadosamente embrulhado em papel alumínio, é escondido em seu centro. Uma grinalda de rosas e flores do campo é colocada sobre o altar, guirlandas igualmente confeccionadas são usadas pelos membros do coven e seus convidados.
Este é o tempo da rosa, florescência e espinho, fragancia e sangue. Agora, neste dia mais longo, a luz triunfa e no entanto, começa a decadência para a escuridão . O Rei Sol amadurecido abraça a Rainha do Verão, no amor que é morte, pois ele é tão completo, que tudo se dissolve na única canção de êxtase que move os mundos. Portanto, o Senhor da Luz, morre para si mesmo e navega através dos mares misteriosos do tempo, buscando a ilha da luz que é renascimento. Giramos a roda e partilhamos seu destino, pois plantamos as sementes de nossas próprias transformações, afim de crescermos, devemos aceitar até mesmo a partida do sol!
Lughnasadh
Celebrado em 02 de fevereiro no hemisfério sul e 02 de agosto no hemisfério norte. Decore seu altar com feixes de trigo cereais, uma figura do Deus é feita com pão e milho e este deve ser colocado no centro do altar, e pequenos homens e mulheres feitos do mesmo modo devem ser colocados em cestas. Outras cestas devem conter bolos e ou biscoitos em forma de estrelas, um fogo é aceso no centro do círculo.
Esta é ressurreição de Lugh, o Rei do Sol, que morre com o ano que se vai, o Rei do Milho que perece quando o grão é colhido. Encontramo-nos, agora, entre a esperança e o medo, em tempos de espera. Nos campos, o grão está maduro mas ainda não foi ceifado. Trabalhamos muito para que várias coisas se realizem, mas as recompensas ainda não são certas. Agora, a Mãe torna-se a ceifeira, o ser implacável que se alimenta da vida para que uma nova vida possa crescer. A luz diminui, os dias encurtam, o verão passa. Reunimo-nos para girar a roda, sabendo que, para colher, devemos nos sacrificar, e o calor e a luz devem ceder lugar ao inverno.
Mabon
Equinócio do Outono, é celebrado no primeiro dia do outono entre os dias 20 e 22 de março no hemisfério sul e dias 20 e 22 de setembro no hemisfério norte.
O altar é decorado com flores, frutas e cerais. Membros do coven devem trazer oferendas de agradecimento em formas de brotos, grãos e tecidos. Cestas de fios, sementes de vagens, conchas e pequenas pinhas são colocadas ao lado do altar. Um fogo é aceso.
Este é o tempo de colheita, de agradecimento e de alegria, de despedida e tristeza. Agora, dia e noite são iguais, em equilíbrio perfeito, o que nos faz pensar sobre o equilíbrio e fluxo de nossas próprias vidas. O Rei Sol, transformou-se no Senhor das Sombras, navegando para o oeste: seguimo-lo na escuridão. A vida entra em declínio; a estação da aridez estrá conosco. No entanto, agradecemos o que colhemos e juntamos. Encontramo-nos para girar a roda e tecer o fio da vida que nos sustentará através da escuridão.
Samhain
Celebrado em 10 de maio no hemisfério sul e 31 de outubro no hemisfério norte. Trata-se do encerramento do ano no Dia da Bruxas. E desse modo, terminamos no início, como deveríamos, e a roda vai girando...
Bolos e bebidas são preparados com velas e cânticos, antes mesmo de sair para o ritual, como oferenda para os seus queridos mortos, momento esse em que, se recorda dos momentos passados com esses amigos e parentes que se foram, momento de reflexão e saudade.
O altar é decorado com folhas de outono. Uma maçã e uma romã são colocadas no altar e, no centro do círculo, encontra-se um cristal ou tigela de contemplação.
Esta é a noite em que o véu que divide os mundos torna-se tênue. Este é o Ano-novo na hora da morte do ano, quando a colheita foi feita e os campos estão vazios. Pois esta noite, o rei do ano aporta na Ilha Resplandescente, o luminoso ovo do universo, tornando-se a semente de seu próprio renascimento. Os portões da morte estão abertos; o Filho do Sol é concebido; os mortos andam e, para os vivos, os mistérios são revelados: cada fim é apenas o início. Encontramo-nos no tempo fora do tempo, em todos e em nenhum lugar,, aqui e lá, para saudarmos o Senhor da Morte que é o senhor da Vida e a Deusa Tríplice que é o círculo do renascimento!
Tenham todos uma Roda do Ano repleta de conhecimento!
Luz e Paz
Fonte de pesquisa: " A dança das Feiticeiras - Guia de rituais para celebrar a Deusa", de Starhawk editora Nova Era
MENINA...QUE BÁRBARA, ESTA EXPLICAÇÃO , PESQUISA RICA! NÃO CONSEGUI COMPARTILHAR AQUI NO FACE...ACHO QUE A INTERNET AQUI É LENTA, MAS QD CHEGAR AÍ ,VOU POSTAR...TENHO UMAS AMIGAS QUE VÃO ADORAR SABER...BJS E INTÉ LOGUIN.....
ResponderExcluirO livro é muito bom, gosto bastante dele...rs. Espero que suas amigas gostem tanto quanto você. Fico grata de poder contribuir em passar adiante, um pouco do conhecimento da velha Arte!
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